E há modalidades para todos. No goalball, oito pessoas invisuais e com baixa visão, ao fim de duas épocas, já disputaram o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal. Vendas nos olhos, guizos na bola e cordas coladas ao piso para identificarem o terreno. "Quando me apareceu a oportunidade para praticar, agarrei-a. Permite-me conviver com pessoas como eu e partilhamos muita coisa". José Martins era motorista e deixou de trabalhar depois do acidente que lhe roubou a visão. O goalball é a única coisa que faz. "Tive de aprender tudo de novo, esta é uma conquista". Treinam três vezes por semana. "Ao início, as bolas passavam por mim e eu nem dava conta. Ajudou-me na orientação e, acima de tudo, no espírito de equipa", diz Tiago Vidinha, que cegou aos três anos. Há atletas dos 14 aos 75 anos, alguns com deficiência intelectual a dar cartas no involei. Quando chegaram, nem uma bola conseguiam arremessar, agora jogam uns contra os outros. "A evolução é gigantesca ao nível da coordenação", comenta a treinadora Rute Miranda. A mudança é tal que Virgílio Pinto, praticante, até se sente "mais atlético".